Viver em lugares onde faz pouco sol aumenta o risco de TOC
Países com latitudes altas têm mais casos de transtorno obsessivo-compulsivo que nações tropicais.
Não adianta tapar o sol com a peneira nem fechar as cortinas. Cada vez mais a estrela central do nosso sistema solar tem despertado o interesse de cientistas sobre seu potencial de benefícios à saúde humana. A mais nova vantagem de não se esquivar da luz solar está atrelada ao bem-estar mental: quanto menos sol incidir sob uma determinada região, maiores são as taxas de transtorno obsessivo-compulsivo no lugar.
Para chegar à relação inversamente proporcional entre sol e TOC, pesquisadores da Universidade de Binghamton, no estado de Nova York, reuniram 117 estudos sobre o distúrbio psiquiátrico, compilando geograficamente a prevalência dele. Assim, os psicólogos perceberam que países onde faz menos sol têm maiores taxas de TOC e nações tropicais possuem menos casos – no Brasil (latitude 23.35), a prevalência é de 0.3%; já no Canadá (latitude 53.32), 3% da população sofre de transtorno obsessivo-compulsivo.
Mas não é necessariamente porque alguém gosta de fritar ao sol que suas chances de desenvolver o transtorno são menores – o segredo não é a vitamina D absorvida ou a melanina que pigmenta a marca do biquíni. O raio desajustado do TOC é mais indireto, tem a ver com como gastamos o tempo de luz e o de “sombra”. É sabido que a qualidade de sono é um fator sensível e de extrema importância quando se fala de doenças mentais e estudos anteriores já comprovaram a interferência do sono nos casos de TOC.
Inclusive, uma queixa muita comum entre pacientes com esta condição é a dificuldade para dormir. O atraso para engatar o sono faz com que os pacientes recuperem o tempo perdido dormindo mais durante o dia. O problema é que, quanto menos o relógio biológico estiver em sincronia com a luz do dia, maiores são as chances de alguém desenvolver TOC ou de agravar os sintomas da doença.
Fonte: Super Interessante